quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Pessoal, vou contar uma história para vocês, sobre 30 horas:

Ingressei na UFRGS em 1980, para trabalhar no Instituto de Geociências, à época localizada na Rua General Vitorino, nº 255, centro de Porto Alegre, a gente tinha um relógio ponto, mas ninguém controlava o ponto, todos deveriam fazer 40 horas, mas isto não era o mais importante, aliás, hora-bunda nunca foi sinônimo de eficiência ou eficácia no fazer. Todos tinham compromisso com a instituição e o que importava de fato era as coisas funcionarem, alguns dias se faziam 8 horas, noutros menos horas e em muitos outros, mais horas.
Naquela época, praticamente ninguém queria trabalhar nas unidades que já estavam no Campus do Vale e era moeda de barganha o pagamento de horas extras para quem fosse trabalhar lá.
Quando as instalações do Instituto de Geociências ficaram prontas no Campus do Vale e chegou a hora da transferência, os técnico administrativos em educação se uniram e em acordo com a direção ficou definido que teríamos um turno livre por semana para tratarmos de questões pessoais. O velho relógio ponto nos acompanhou.
Quando chegamos no Campus do Vale, descobrimos que algumas unidades, uma com certeza, que por lá estavam e que se orgulhavam do fato dos técnico administrativos em educação cumprirem às 40 horas semanais, usava(m) do que seguinte artifício, havia um rodízio entre os servidores técnico administrativos em educação, autorizado pelas direções/chefias, na hora de bater os cartões na entrada e na saída.
A partir deste momento, passamos a reivindicar o direito de fazermos 30 horas e conquistamos, para todos, este direito.
Sempre defendi às 30 horas, tanto que quando, por um breve período, respondi pela Pró-Reitoria de Recursos Humanos, juntamente com outra colega, decidimos que os colegas iriam trabalhar 30 horas, bandeira histórica da FASUBRA. Quando dividimos a Pró-Reitoria em duas grandes áreas, RH e Assuntos da Comunidade Universitária, nas duas os colegas continuaram trabalhando 30 horas e, na que eu era responsável, não trabalhavam no dia do aniversário, se quisessem.
Não se trata de uma defesa burocrática ou legalista, sempre defendi que o compromisso com a instituição não se dá pelo número de horas que dedico a estar ”sentado” na instituição, e sim ao comprometimento institucional que temos, todos nós temos DE, dedicação exclusiva, e, portanto, estamos disponíveis a qualquer momento para as atividades da universidade, desde que tenham sido construídas de forma coletiva. A universidade abre suas portas às 7 horas e encerra após as 23 horas, a universidade funciona aos finais de semana, a universidade realiza saídas de campo, trabalhos de extensão e, atualmente está on-line 24 horas, com os cursos EAD. Enganam-se os que pensam que tudo isto seria possível sem o trabalho e a parceria do técnico administrativos em educação.

Todos os trabalhadores deveriam ter carga horária reduzida de trabalho, isso geraria melhor qualidade de vida e mais postos de trabalho. Neste caso, somos vanguarda desta luta. Não pode haver retrocesso.

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