Antes de tudo, deixo claro que, por ser servidor público
federal, trabalhador de Instituição Federal de Ensino, categoria que detém o
menor piso do serviço público, que luta contra a “privatização” dos Hospitais
Universitários, que faz greve todos os anos para garantir reajuste, pois não
temos política salarial e o governo não respeita a data-base; que teve várias
decisões que, inclusive, já haviam transitado em julgado atacadas pelo governo;
a Dilma também não me representaria, mas como tenho dito este país é de todos
os brasileiros e não só do meu umbigo e, portanto, a Dilma representa milhões
de brasileiros que saíram da linha de miséria, que hoje tem o que comer, graças
aos tímidos recursos investidos no Bolsa Família; que tem algum atendimento
médico graças ao Mais Médicos; que estão estudando nas Instituições Federais de
Ensino graças às quotas; que passaram a ter direitos trabalhistas como as
empregadas domésticas e que tem acesso ao sonho “capitalista” da casa própria
através dos parcos recursos investidos no Minha Casa Minha Vida. Eu também não
sei de outro período na história do país com maior número de “compadres” do
governo sendo investigados, denunciados e presos.
Mas isto parece não ter importância para alguns, e pior,
justamente para os que têm as condições necessárias para reconhecer que muito
há para ser feito, que muitos erros e injustiças foram cometidos, que não se
muda uma cultura, uma realidade, através da omissão.
Como cobrar coerência do “povo” se, os que podem ser
coerentes, preferem assumir uma posição perigosamente descompromissada que é a
de colocar em risco os pequenos avanços que aconteceram.
Enquanto a política for encarada como o “meu partido”, o “meu
umbigo”, “o meu país”, enquanto não formos capazes de juntos lutarmos por
mudanças reais da/na sociedade brasileira, nas ruas e nas urnas, eu sempre me
posicionarei de forma clara contra o atraso, o retrocesso e, neste momento,
este posicionamento só é claro e efetivo chamando o voto na Dilma.
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